Masterclass: Radar de Tendências Deloitte

Na semana passada, tive o prazer de receber a minha amiga e colega Clarissa Alves para uma masterclass muito especial com os meus estudantes da unidade curricular de Macrotendências e Investigação e com os investigadores do Laboratório de Gestão de Tendências e da Cultura. Foi um momento de reencontro, de partilha generosa e de abertura de horizontes sobre o papel estratégico da pesquisa de tendências culturais no mundo contemporâneo.

A Clarissa é uma profissional brilhante. Concluiu o doutoramento em Santa Catarina, no Brasil, e passou um período “sanduíche” connosco, na Universidade de Lisboa. Desde essa altura, temos mantido um diálogo próximo sobre o desenvolvimento dos Estudos de Tendências na sociedade. Atualmente, trabalha na Deloitte Brasil como Innovation Manager, onde integra projetos de grande escala. Mais recenetemente liderou a criação do Radar de Tendências da Deloitte Brasil.

Nesta masterclass, a Clarissa guiou-nos pelo processo de pesquisa que originou o Radar de Tendências, um dispositivo de leitura do presente e de projeção estratégica para a Deloitte Brasil, sustentado em dados, metodologias interdisciplinares e escuta ativa da sociedade. Alguns dos pontos centrais da partilha foram os seguintes:

  • Como se estrutura o radar e que papel desempenha na identificação de macrotendências globais e tendências setoriais (são 8 macro e 36 setoriais);
  • O processo de curadoria e os bastidores metodológicos que sustentam a fiabilidade e relevância das tendências mapeadas;
  • A articulação entre comportamento de consumo, ciências sociais aplicadas e inovação empresarial;
  • As dificuldades reais da pesquisa de dados, os critérios de análise e validação (como a revisão por pares) e a importância de manter um olhar crítico mesmo dentro de contextos corporativos;
  • A necessidade de adaptar leituras culturais às especificidades de cada setor — da saúde à moda, da tecnologia ao retalho.

Mais do que uma aula, foi uma conversa sobre os sentidos do tempo e sobre como pensar o futuro de forma situada, ética e culturalmente sensível. A Clarissa tem essa rara capacidade de traduzir sistemas complexos em ideias acessíveis e mobilizadoras — e foi isso que ofereceu aos nossos estudantes e colegas: uma visão implicada, metodologicamente robusta e aberta ao diálogo.

Para quem investiga cultura e tendências, estes encontros são preciosos. Permitem-nos cruzar experiências, alinhar práticas e, sobretudo, renovar o nosso compromisso com formas de conhecimento que fazem do futuro um lugar de construção coletiva.

Obrigado, Clarissa!

Para conhecer mais sobre o trabalho da Clarissa, deixo o link para a sua rede social profissional.